sábado, 27 de março de 2010

Supervia: Polícia caça vândalos do trem

Recompensa de R$ 5 mil é oferecida para quem indicar autores do incêndio. Dois suspeitos já foram identificados

Rio - A SuperVia está oferecendo recompensa de R$ 5 mil por informações que levem aos autores do incêndio criminoso que destruiu na manhã de quinta-feira vagões de trens que circulam no ramal de Saracuruna, em Duque de Caxias. Ontem, a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) identificou um suspeito do crime, conhecido como Morcego.

Um passageiro arranca forro da estação de Saracuruna, no incêndio e quebra-quebra da manhã de quinta-feira: polícia já identificou suspeitos | Foto: Andrew DinizUm passageiro arranca forro da estação de Saracuruna, no incêndio e quebra-quebra da manhã de quinta-feira: polícia já identificou suspeitos | Foto: Andrew Diniz

Dois parentes dele chegaram a ser levados para depor. Por causa de atraso na saída de trens de Saracuruna quinta-feira, com destino à Central, passageiros depredaram a estação, jogaram objetos na linha férrea, atearam fogo a vagões e roubaram dinheiro e dois mil bilhetes eletrônicos.

Informações sobre a autoria e localização dos suspeitos devem ser encaminhadas ao Disque-Denúncia (2253-1177). Ontem, funcionários da concessionária passaram o dia ontem reparando danos na estação de Saracuruna. O ramal, que transporta 80 mil passageiros por dia, funcionou normalmente, mas usuários voltaram a se queixar de atrasos.

PENA DE ATÉ SEIS ANOS

Morcego trabalha numa obra na Barra da Tijuca e não foi encontrado em casa, em Saracuruna. A polícia já sabe que outro suspeito, que aparece em foto publicada por O DIA, mora na mesma região. “É melhor que se apresentem, pois chegaremos a eles. Quem for identificado será indiciado por danos ao patrimônio público. A pena pode chegar a seis anos de prisão. É um tipo de crime grave, pois atinge a coletividade”, afirmou o delegado Eduardo Freitas.

A concessionária informou que a plataforma onde os ataques ocorreram é uma das que ainda não têm câmeras de vídeo, existente em dez das 89 estações da empresa.

Vagões sem refrigeração no lugar dos incendiados

Além dos atrasos no ramal de Saracuruna, os passageiros também se queixaram do forte calor no interior dos vagões. Das 11 composições que fazem 103 viagens diárias, somente uma funcionou com ar condicionado. A SuperVia alegou que as outras duas com ar, que servem àquele trecho, foram danificadas no quebra-quebra da véspera.

A maioria das reclamações, no entanto, era pelo não cumprimento de horários, com intervalos que chegam em média a mais de 30 minutos, mesmo nos períodos de rush. O trem que deveria partir de Saracuruna às 10h53, por exemplo, só encostou na plataforma às 11h16, saindo com destino à Central do Brasil às 11h24, provocando também atraso no horário das 11h19.

“Os atrasos não são exceção, é regra diária. Aí, acontece o que todo mundo viu ontem (quinta-feira). Quem trabalha e tem compromisso, não pode ficar refém dessa situação”, contestou a aposentada Maria Helena de Aguiar, 61 anos.

A SuperVia admitiu que atrasos podem ocorrer em pelo menos 10% das 700 viagens diárias. O lado de vistoria da Agetransp (agência reguladora do transporte público) sobre Saracuruna só ficará pronto em 30 dias.

Reportagem de Francisco Édson Alves e Geraldo Perelo

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