terça-feira, 13 de setembro de 2011

Linha 4: Clube de Engenharia pede ao governo mudança no traçado

Fonte: O Globo

Enquanto as obras da Linha 4 do Metrô avançam na Barra e em São Conrado, a polêmica em torno do projeto ganha novas adesões. O Clube de Engenharia debateu o traçado apresentado pelo estado durante os últimos meses e elaborou uma carta, enviada ao governador Sérgio Cabral, em que sugere prolongamentos para as linhas para formar uma rede metroviária na cidade. Em outra frente, a vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB), que faz parte do movimento "O metrô que o Rio precisa", recolheu assinaturas de 12 parlamentares, entre vereadores e deputados, num documento que reivindica mudanças no projeto.

Andrea critica a falta de transparência dos planos do estado, que até o momento não apresentou os estudos de impacto e viabilidade econômica. O resultado dos estudos levou o governo estadual a modificar o desenho original, que passaria por bairros como Jardim Botânico, Humaitá e Laranjeiras. O projeto atual da Linha 4 cruza o Leblon e Ipanema. Em sua carta, o Clube de Engenharia também pede o acesso à pesquisa do traçado da linha e a todas as informações relativas à futura expansão da rede.
Miguel Bahury, ex-presidente do Metrô e atual conselheiro do Clube de Engenharia, diz que precisaria ter acesso aos estudos para entender o cálculo que levou o governo a optar pelo atual projeto.

Segundo a Secretaria de Transporte, o novo traçado da Linha 4 do metrô atenderá a 240 mil pessoas diariamente, o dobro do estimado para o percurso anterior. O órgão afirma através de nota, que os estudos coordenados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) serão apresentados à sociedade, no site do órgão, mas não define um prazo ou uma previsão para isso.

Tanto o Clube de Engenharia quanto o movimento "O metrô que o Rio precisa" defendem a criação de uma malha metroviária. Os grupos argumentam que a construção da Linha 4 como extensão da Linha 1 - como o governo vem implantando - resultaria em vagões ainda mais lotados, já que somaria à atual demanda passageiros da Barra e de São Conrado. Segundo eles, uma divisão na estação da Gávea, com traçados se dirigindo para o Jardim Botânico e para o Leblon, solucionaria o problema.

- Não somos contra o projeto do governo, mas não se pode ignorar o projeto original, porque a malha atual não suporta mais passageiros. Acredito ser viável construir a Linha 4 e prolongar a Linha 1 até as Olimpíadas, como a nossa proposta na carta - disse Bahury.

O presidente da Associação de Moradores do Jardim Botânico, Alfredo Piragibe, concorda com a proposta do Clube de Engenharia. Ele também integra o movimento "O metrô que o Rio precisa".

- Especialistas no assunto balizam o que já estamos falando há muito tempo - disse Piragibe.

sábado, 10 de setembro de 2011

Justiça obriga Supervia a pagar R$ 20 mil por cada seis atrasos por dia na circulação de trens

Fonte: O Globo

A juíza Maria Paula Gouvea Galhardo, da 4ª Vara de Fazenda Pública, concedeu uma liminar esta semana, numa ação movida pela Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj contra a Supervia, que determina que a concessionária será multada em R$ 20 mil por cada seis atrasos que forem registrados por dia na circulação de trens. Em sua sentença, a magistrada afirma que uma documentação anexada ao processo mostrou que "num intervalo ínfimo de seis dias, a ré (Supervia) registrou 398 atrasos, número que em hipótese alguma pode ser considerado normal". O texto ainda reforça que "a má qualidade do serviço prestado neste particular é inconteste e vem causando enormes transtornos à população, especialmente aquela que utiliza o meio de transporte para trabalhar, o que por si só, justifica a urgência da medida".

A ação foi movida pela Alerj após os shows do cantor Paul McCartney, em maio deste ano, no estádio do Engenhão. À época, o serviço foi elogiado pelos fãs da banda, já que a concessionária colocou trens extras com ar-condicionado e providenciou entradas exclusivas para os usuários. No dia seguinte ao segundo show do cantor, porém, as composições voltaram ao seu funcionamento normal. Na hora do rush, havia vagões dentro dos quais não era possível sequer mexer os braços, tamanha a multidão; falta de informações nos terminais; pouquíssimos guardas para dar conta do número de passageiros; composições malconservadas; e, em vez do ar-condicionado, muito calor.
A presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj, deputada Cidinha Campos (PDT), disse que os serviços da Supervia deveriam ser equiparados no dia a dia àqueles praticados nos dois dias de shows.

- O que mais causa estranheza é que para o público do Paul McCartney a SuperVia colocou trens confortáveis, com ar-condicionado a pleno vapor, sistema de informação, segurança... Já para o "povão", que pega o trem todos os dias para trabalhar, a composição é velha, calorenta e insegura. Por que essa diferença de tratamento? Se a concessionária tem condições de prestar um serviço de qualidade, como aconteceu por ocasião do show do ex-beatle, por que não o faz todos os dias, no transporte do trabalhador? - indaga Cidinha.

Por meio de nota, a SuperVia informou que não foi legalmente notificada da decisão. Segundo a mensagem, a concessionária avaliará a liminar, após tomar ciência, e tomará as providências cabíveis. Na nota, foi lembrado que, em 1998, a SuperVia assumiu a concessão com indíce de pontualidade de 27%. "Hoje, a taxa de pontualidade de mais de 90% é controlada pela Agetransp e está acima da meta imposta pelo contrato de concessão", de acordo com a SuperVia.