terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Trem: Maquinista admite que estava fora do trem

Fonte: Jornal O Globo

Em depoimento na Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), o maquinista que conduzia o trem da SuperVia que apresentou problemas no ramal de Japeri admitiu que estava fora da composição quando ela partiu da estação de Ricardo de Albuquerque. Segundo informou ao site G1 o delegado Eduardo Freitas, o maquinista contou que tinha saído da cabine para verificar um problema num dos vagões quando viu o trem partindo da plataforma.

Para o delegado, há duas hipóteses: a de que alguém, na ausência do maquinista, teria entrado na cabine e acionado a partida da composição; ou de que houve um defeito técnico, relacionado ou não a falha humana, que deu a partida no trem.

Equipes da DDSD buscam outras testemunhas que possam ajudar a esclarecer o que aconteceu. Eduardo Freitas aguarda ainda o laudo da perícia técnica do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), que sai em 30 dias.

O presidente do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, Valmir de Lemos, vai ao Ministério das Cidades e à Casa Civil nesta terça-feira cobrar providências sobre a pane no trem da SuperVia. De acordo com testemunhas, a composição andou em alta velocidade e sem o maquinista. A informação dos passageiros foi confirmada por Valmir de Lemos.

- Vamos procurar o Ministério das Cidades por causa da relação que o órgão tem com os governantes e os problemas da cidade. Já a Casa Civil é por conta dos investimentos que faz no estado - explicou Valmir.

Em nota divulgada na manhã desta terça, a SuperVia disse que instalou uma comissão para investigar o incidente. A empresa diz que trabalha com a Polícia Civil na apuração dos fatos.

De acordo com a nota, os técnicos da empresa, acompanhados dos policiais e peritos já estiveram no local e no trem, iniciando a apuração dos registros e depoimentos. A SuperVia disse que os detalhes e questionamentos sobre o incidente que forem apurados pela comissão de investigação estarão num laudo que será entregue à Agetransp em 30 dias.

A Agetransp, contudo, vai fazer sua própria avaliação do caso. O Conselho Diretor do órgão já instaurou processo, com relator e revisor, para apurar as causas e os responsáveis pelo ocorrido. O órgão recebeu, nesta terça-feira, um relatório da SuperVia com informações preliminares sobre o problema no ramal Japeri, mas considerou o documento não satisfatório. Segundo a assessoria de imprensa da agência reguladora, a concessionária pode sofrer penalidade caso sua análise não seja concluída no prazo de 30 dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário