sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Metrô: Vistoria comprova superlotação no metrô, e deputado quer anulação do aumento da concessão

Fonte: Jornal O Globo

RIO - O deputado estadual Alessandro Molon (PT), membros do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) e integrantes do Sindicato dos Metroviários realizaram na noite desta quinta-feira uma inspeção no metrô. O grupo embarcou numa composição na estação da Carioca com destino à Saens Peña, onde constatou superlotação e recebeu diversas reclamações de usuários. Na segunda-feira, a queixa de usuários quanto à superlotação do metrô feita já havia sido confirmada por especialistas. A direção da concessionária Metrô Rio, no entanto, negou que transporte mais gente do que a capacidade máxima dos trêns.



A comissão embarcou na Carioca e foi a diversas estações das linhas 1 e 2. Na Central do Brasil, a saída foi comparada a um estouro de boiada pelo deputado Molon. Para ele, um mês é prazo mais do que razoável para ajustar o sistema. Portanto, ele concluiu que a ligação direta não é uma boa solução e decidiu entrar na Justiça pedindo a anulação do aumento da concessão por mais 20 anos ou a construção do projeto original: levar a Linha 2 do Estácio até a Carioca. O Crea fará um relatório para apontar falhas e propor soluções.

- A Comissão de Prevenção de Acidentes do Crea vai produzir um relatório. Este era um transporte ótimo, que nos dava orgulho e aumentava a autoestima do carioca. Hoje é uma vergonha. Quem depende do metrô diariamente está sofrendo o que jamais imaginou. Depois da privatização, só foi piorando, até chegar a este ponto - disse o presidente do Crea, Agostinho Guerreiro.

Molon reafirmou que pedirá a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Alerj para investigar problemas tanto no metrô como nos trens da SuperVia:

- O metrô não passa neste teste. Péssimas condições de segurança, não existe conforto, intervalos de até sete minutos. É difícil de entrar e de sair. E ainda querem aumentar a linha 1 com a ligação direta até a Barra, mais uma vez alterando o projeto original da Linha 4.

Na terça-feira, um termômetro levado pelo GLOBO registrou 33 graus num dos trens da Linha 2, na altura de Engenho da Rainha. No Estácio, para efeito de comparação, foram registrados 34,4 graus na plataforma, que não conta com ar-condicionado. A alta umidade, provocada pelo excesso de pessoas num ambiente confinado e quente, faz com que a sensação térmica seja ainda pior.

Um fiscal da Agetransp (agência reguladora estadual responsável pela área de transportes), que anotava os intervalos das composições, disse ter recebido diversas reclamações de usuários quanto ao calor. De acordo com ele, pelo menos três composições teriam vagões com problemas no ar-condicionado.

O teste da temperatura dentro dos vagões foi realizado no mesmo dia em que o governador anunciou que as obras da Linha 4 começarão em maio, pela Barra da Tijuca.Em setembro começarão os trabalhos no trajeto de Ipanema até a Gávea. Cabral anunciou ainda uma mudança: a construção de uma estação na PUC. Segundo Cabral, serão necessários cerca de R$ 4 bilhões para concluir as obras.

O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, disse ter recebido da concessionária Metrô Rio o anúncio de que os problemas na operação do metrô só devem ser completamente resolvidos no dia 22 de fevereiro, quando estará em pleno funcionamento o sistema de sinalização de saída dos trens do pátio de manutenção para as linhas 1 e 2.

O Ministério Público estadual (MP), contudo, já instaurou inquérito para apurar as falhas na prestação do serviço.Em meio à enxurrada de problemas enfrentados pelos usuários. O Promotor da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, Carlos Andresano Moreira quer saber se a concessionária e a Agetransp têm estudos que atestem a viabilidade técnica da transferência da baldeação, antes feita no Estácio. Segundo ele, a Promotoria de Cidadania vai abrir outro inquérito para apurar a lisura da extensão do contrato de concessão, acertada em 2007 pela Metrô Rio e pelo governo do estado.

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