sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Metrô: Passageiros trocam metrô pelo ônibus

Fonte: Jornal Extra

A conexão Pavuna-Botafogo completa hoje um mês, e os passageiros da Linha 2 do metrô continuam insatisfeitos com o serviço, apesar do fim da baldeação no Estácio. A superlotação tem empurrado cada vez mais usuários para os ônibus, além do forte calor e da irregularidade dos intervalos na Linha 2 — reclamações constantes entre os passageiros.



Os problemas fazem com que muitos moradores da Zona Norte e Baixada prefiram gastar mais tempo no trânsito, em meio aos engarrafamentos de manhã e à noite, do que enfrentar os vagões lotados. O ladrilheiro Alan Gonçalves dos Santos, de 30 anos, morador de São João de Meriti, trabalha na Tijuca. Até o mês passado, usava a Linha 2 do metrô. Do Estácio, seguia até a estação São Francisco Xavier. O trajeto, segundo ele, levava 45 minutos. Agora, prefere o ônibus.

— Agora estou levando, em média, 1h15m para chegar ao trabalho. Em dias de chuva, o engarrafamento na Avenida Brasil faz com que o trajeto leve duas horas. Enquanto o metrô não melhorar o serviço, vou continuar a andar de ônibusá. — disse Alan, por volta das 7h30m de ontem, num ônibus da linha 665 (Pavuna-Praça Saens Peña).



Uma equipe do EXTRA fez, no início da manhã de ontem, uma viagem de ônibus entre Pavuna e Botafogo, para ouvir opiniões dos passageiros sobre o serviço prestado pelos coletivos e pelo metrô. Os repórteres levaram 2h44m do ponto final da linha 665 (Pavuna-Saens Peña) até a saída da estação do metrô de Botafogo, na Rua São Clemente. O percurso foi complementado pelo ônibus da linha 409 (Saens Peña - Jardim Botânico). O tempo é 1h32m superior ao gasto pela equipe do jornal entre as estações Pavuna e Botafogo do metrô, na manhã da última terça-feira.

— Sei que não existe engarrafamento, trânsito e enchente com o metrô. Mas tem gente demais. Assim não dá — contou o autônomo Paulo Rocha, de 29 anos.

Os passageiros da Linha 2 reclamam que, mesmo sem a transferência em Estácio, o tempo de viagem continua tão demorado quanto antes. A equipe de reportagem fez percurso Pavuna-Botafogo em 62 minutos no horário de pico da manhã. Segundo a Metrô Rio, com a baldeação, a viagem durava 64 minutos. Isto é, a redução, na prática, ainda não chegou aos 13 minutos prometidos pela concessionária.

— Com baldeação, fazia 40 minutos de Del Castilho até Copacabana. E agora, mesmo sem transferência, estou demorando mais. Onde está sendo construída a estação Cidade Nova, o trem fica parado por até 15 minutos esperando o trânsito ser liberado — reclamou a vendedora Sabrina de Matos, de 21 anos.
Deputado vai pedir cancelamento
Ontem à noite, o deputado estadual Alessandro Molon (PT) realizou, com sindicalistas, uma inspeção no metrô, e constatou a superlotação. Molon entrará na Justiça para pedir que seja cancelada a extensão da concessão pelo estado.

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