quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Metrô: termômetro registra 33 graus num vagão da Linha 2

Fonte: Jornal O Globo

RIO - O leque virou um acessório quase obrigatório no metrô, para se tentar amenizar o forte calor nos vagões. Um termômetro levado pelo GLOBO registrou na tarde desta terça-feira 33 graus num dos trens da Linha 2, na altura de Engenho da Rainha. No Estácio, para efeito de comparação, foram registrados 34,4 graus na plataforma, que não conta com ar-condicionado. Dentro das composições lotadas, nem seria necessário levar termômetro. Em pouco tempo, foi praticamente impossível não suar.

A alta umidade, provocada pelo excesso de pessoas num ambiente confinado e quente, faz com que a sensação térmica seja ainda pior. A explicação é do meteorologista Jorge Luiz Fernandes de Oliveira, professor da UFF, que considerou 33 graus uma temperatura ruim.

- Com o calor, quanto maior a umidade, maior o desconforto. A função do ar-condicionado é justamente essa: diminuir a umidade e a temperatura. Um vagão lotado, a 33 graus, é muito desagradável - disse.

Apelando para o bom humor, uma das passageiras disse que o leque já faz parte de seu "kit metrô". Outra, se abanando com um pedaço de papel dobrado, reclamou do desconforto, dizendo que algumas pessoas chegam a passar mal. A escriturária Valesca Antunes César também não parava de usar seu leque:

- É calor demais. Há dias em que fica ainda pior.

A geofísica Renata Lira trocou de vagão por causa do calor. De acordo com ela, o aparelho estava com defeito:

- Está muito quente e o ar-condicionado não dá vazão. No vagão em que eu estava, o aparelho estava quebrado, deixando a temperatura ainda mais quente.

Um fiscal da Agetransp (agência reguladora estadual responsável pela área de transportes), que anotava os intervalos das composições, disse ter recebido diversas reclamações de usuários quanto ao calor. De acordo com ele, pelo menos três composições teriam vagões com problemas no ar-condicionado.

O diretor de Relações Institucionais da concessionária Metrô Rio, Joubert Flores, reconhece os problemas no ar-condicionado. Ele revelou que duas consultorias internacionais foram contratadas para estudar melhorias no sistema e que a manutenção foi reforçada para manter os aparelhos em bom funcionamento. De acordo com ele, ontem de manhã, apenas três dos 364 equipamentos apresentaram defeito.

- O ar, todo mundo sabe, não é 100%. Contratamos duas consultorias internacionais, vamos trocar alguns componentes. Estamos com as ações sendo feitas de acordo com essas orientações.

A Metrô Rio disse que tem conseguido manter a regularidade entre as composições e que a tendência é diminuir aos poucos os intervalos.

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