sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Metrô: Ministério Público investigará problemas no metrô

O Ministério Público estadual (MP) instaurou inquérito para apurar as falhas na prestação de serviço do metrô. Em meio à enxurrada de problemas enfrentados pelos usuários, nesta quinta-feira o governador Sérgio Cabral criticou a concessionária Metrô Rio e disse ter enviado um "e-mail dasaforado" ao presidente da empresa. Já o deputado estadual Alessandro Molon (PT) enviou um ofício à Agetransp (agência reguladora reponsável pela fiscalização das concessões do sistema estadual de transportes) pedindo explicações ao órgão.

O governador afirmou que a concessionária não estava preparada para atender ao aumento da demanda de passageiros, ocorrida a partir de dezembro, após inauguração da ligação da ligação direta Pavuna-Botafogo e a mudança da estação de baldeação entre as linhas 1 e 2, que passou a ser feita na Central do Brasil.

- Eu mandei um e-mail desaforado para o presidente do metrô. Eu não sou agência reguladora, mas acho um absurdo. Você diz: "Acabou a baldeação no Estácio. Você vai direto". O que aconteceu? Aumentou o número de passageiros. É óbvio, mas você tinha que estar preparado - disse Cabral durante a inauguração da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Ladeira dos Tabajaras e no Morro dos Cabritos , na Zona Sul.

Promotor da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, Carlos Andresano Moreira quer saber se a concessionária e a Agetransp têm estudos que atestem a viabilidade técnica da transferência da baldeação, antes feita no Estácio.

- Precisamos checar se há um material que embase essa mudança. Se não houver, é sinal de que a alteração implica apenas num prejuízo aos usuários, que convivem com superlotação, atraso das composições, falta de informação e outros problemas. Tememos que, em algum, momento ocorra um tumulto, um quebra quebra numa das estações - adiantou o promotor Ardesano Moreira.

Segundo ele, a Promotoria de Cidadania vai abrir outro inquérito para apurar a lisura da extensão do contrato de concessão, acertada em 2007 pela Metrô Rio e pelo governo do estado. Na ocasião, o compromisso original, que terminaria em 2018, foi prorrogado por mais 20 anos.

O deputado estadual Alessandro Molon esteve na reunião com os promotores, realizada na tarde desta quinta-feira no MP, e comemorou a instauração do procedimento. O parlamentar qualificou a retirada da baldeação do Estácio como uma "gambiarra":

- Em troca dessa gambiarra, o governo do estado garantiu à concessionária a exploração do serviço por mais duas décadas. O projeto original apontava a Carioca como o local mais preparado para receber a baldeação, e previa a construção de Estação Cruz Vermelha. Nada disso foi feito, e a concessionária gastou muito menos.

Em resposta às críticas feitas pelo governador Sergio Cabral, a Metrô Rio emitiu uma nota afirmando que "tem mantido as autoridades informadas sobre todas as providências que estão sendo tomadas para reduzir o mais rapidamente possível os intervalos entre os trens".

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