segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Vítima de acidente em Santa Teresa diz que vai processar o governo do estado

Fonte: O Globo

Primeiro, um homem saltou do bonde em movimento desesperado. Depois, vieram os gritos de que o veículo estava sem freio, levando pânico aos passageiros. Um dia depois da tragédia do bonde de Santa Teresa, essas cenas de terror não saem da cabeça do militar Nerei Barbosa, de 47 anos. Ele, a mulher Maria da Consolação Correia, de 37, e a cunhada paraense Maria de Fátima Correia, de 47, que faziam um passeio turístico, estavam entre os 57 feridos do acidente. Os três foram encaminhados para o Hospital Souza Aguiar.

Revoltado com a falta de conservação dos bondes, o militar afirmou que vai processar o estado:

- Esse não foi o primeiro acidente. Vamos cobrar a responsabilidade do poder público. Se o trem saísse do trilho nos arcos da Lapa todos teriam morrido - afirmou Nerei Barbosa, que sofreu um corte na orelha e uma fratura na perna.

Nerei e a cunhada, que teve fraturas na perna, na bacia e um corte no supercílio, receberam alta, na manhã de ontem. Com fratura exposta nas duas pernas, Maria da Consolação continua internada.

O militar também reclamou das condições de atendimento no Souza Aguiar. Ainda com fortes dores no peito, ele afirmou que não pôde fazer tomografia, porque o equipamento não estava funcionando.

Pela primeira vez no Rio, Maria de Fátima Correia, se emociona ao ver em sua câmera digital a foto da família. O que era para ser um passeio tranquilo de bonde se transformou em pesadelo.

- Não sei como não morri. Quando abri os olhos, tinham três pessoas mortas ao meu redor. Não esqueço de um marido gritando e pedindo para mulher ensaguentada não abandoná-lo - recordou Maria de Fátima.

Na entrada do Souza Aguiar, a paraense Vânia Bezerra recebia ontem, de mala e coração na mão, notícias sobre a filha Ingrid Bezerra, de 28 anos:

- Ela veio para o Rio participar de um congresso de psicologia. Viajei assim que soube que ela estava no bondinho - desesperou-se Vânia ao saber que a filha havia fraturado os braços, as mãos e as pernas.

- A equipe médica disse que os dedos dela estão muito fraturados e que têm risco de ela perdê-los - disse a mãe, aos prantos.
Segundo a pastoral de saúde do Souza Aguiar, uma equipe médica estuda a necessidade de amputação para conter uma gangrena na extremidade das mãos da psicóloga.

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